Cláudio Castro fala sobre ação policial na Vila CruzeiroDivulgação
Publicado 25/05/2022 18:03 | Atualizado 25/05/2022 18:28
Rio - Em publicação nas redes sociais, o governador do Rio Cláudio Castro defendeu a operação policial que ocorreu nesta terça-feira (24) na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, e que terminou com 25 mortos. Ele ainda lembrou o caso do helicóptero atingido por tiros há uma semana no mesmo local
"Semana passada, um helicóptero particular foi alvo de tiros de fuzis na região dos complexos. Vídeos na internet mostraram bandidos brincando de tiro ao alvo! Não vi ninguém cobrar das polícias que é preciso tirar as armas dos criminosos, que precisamos enfrentar esses covardes", disse o governador. "Apostar contra a polícia é fazer o jogo da bandidagem", completou ao fim da publicação.
Castro também afirmou que o estado tem investido na política de segurança e que já é possível reparar nos resultados. "Nossos profissionais da segurança pública, neste caso a PM, estão sendo valorizados, com melhores remunerações e condições de trabalho. Hoje nossas forças policiais já recebem o segundo melhor salário do país — outro dia era o 20º salário", disse o governador.
"Isso tudo tem dado resultados. Atingimos os menores índices de roubos de rua em 17 anos, os roubos de carga e de veículo também estão em queda, os homicídios dolosos vêm diminuindo, atingindo os menores patamares desde 1991", completou.
Nesta quarta-feira, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), defendeu que as operações devem trazer menores riscos às pessoas que vivem nas favelas. "O combate ao crime organizado é obviamente necessário. Contudo, não pode ser feito à revelia da segurança das pessoas que vivem nas favelas. Precisamos que o Estado aja com inteligência para reduzir os riscos à vida humana, seja dos moradores, seja dos profissionais de segurança."
Entidades de direitos humanos questionam número de mortes
Entidades de defesa dos direitos humanos criticaram a megaoperação policial na Vila Cruzeiro que terminou com 25 mortos, na última terça-feira (24). Em número de mortes, essa foi a segunda mais letal da cidade do Rio de Janeiro.
Para o ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Guilherme Pimentel, a ação que terminou com tantas mortes foi “mais uma dessas operações de caçada humana, que não resolvem nada do ponto de vista da segurança pública e que na verdade traz mais problemas, uma vez que as famílias das vítimas ficam nesse fogo cruzado e se sentindo inseguras dentro das suas próprias casas, sem poder trabalhar, sem poder estudar, sem acessar a saúde.”
A Defensoria afirmou ainda que recebeu relatos de moradores pedindo socorro e que o clima na região era de desespero, angústia e muito medo.
Em nota, a ONG Human Rights Watch disse que o Rio precisa de uma nova política de segurança pública. “Lamentamos que mais uma vez uma operação policial no Rio de Janeiro tenha resultado na morte de pelo menos 11 pessoas no Complexo da Penha. Os moradores passaram horas de terror. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal deveriam investigar imediata e exaustivamente as circunstâncias de cada morte e de cada ferido, além da motivação e plano da operação. O Rio precisa urgentemente de uma nova política de segurança pública que não seja a bala".
Já a ONG Rio de Paz questionou: “Como considerar exitosa uma operação policial que resultou na morte de um morador de favela? Você e eu celebraríamos essa operação policial se a pessoa morta fosse um parente nosso? Por que o pobre tem de tolerar o que a classe média jamais toleraria?”
Confira o texto de Cláudio Castro na íntegra
"Semana passada, um helicóptero particular foi alvo de tiros de fuzis na região dos complexos. Vídeos na internet mostraram bandidos brincando de tiro ao alvo! Na oportunidade, não vi nenhum especialista defender os cidadãos de bem! Não vi ninguém cobrar das polícias que é preciso tirar as armas dos criminosos, que precisamos enfrentar esses covardes.
Ali bate o coração da maior facção criminosa do estado. A mesma que espalha o terror e o medo na sociedade. Ali virou hotel de luxo pra chefes de facções criminosas de outros estados do Brasil. Não vou negligenciar a minha responsabilidade e assistir, sem reagir, a esses criminosos se fortalecendo mais e mais.
Política de segurança no Rio de Janeiro, infelizmente, exige do poder público demonstração de força e autoridade. Confronto, numa palavra. Coragem, noutra. É óbvio que precisamos investir em inteligência e qualificação das nossas tropas. Isso é inquestionável e estamos fazendo.
Nossos profissionais da segurança pública, neste caso a PM, estão sendo valorizados, com melhores remunerações e condições de trabalho. Hoje nossas forças policiais já recebem o segundo melhor salário do país — outro dia era o 20º salário.
Além disso, entregamos recentemente o maior centro de treinamento das Américas. Adquirimos mais de 21 mil câmeras corporais pra que nossas ações sejam pautadas pela integridade e transparência. Na polícia judiciária, recém inauguramos o maior central de inteligência do país. E estamos recuperando os IML’s.
Isso tudo tem dado resultados. Atingimos os menores índices de roubos de rua em 17 anos, os roubos de carga e de veículo também estão em queda, os homicídios dolosos vêm diminuindo, atingindo os menores patamares desde 1991!
Apostar contra a polícia é fazer o jogo da bandidagem! E quem perde com isso é você que mora no Rio e a sua família, que ganham a vida por meio do trabalho honesto."
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